quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Perdendo os medos

No final de semana passado fiz uma vivência chamada Vencendo seus Limites II. O Objetivo desta vivência é nos libertar dos medos que possuímos. Medos que na maioria das vezes estão enraizados em nossas vidas e que se tornam imperceptíveis a uma primeira análise. Medos que muitas vezes nem sabemos que existem, mas que impedem nosso crescimento pessoal e nos segura como uma âncora segura um navio no cais do porto.

Quando fiz a vivência de nível I, que tinha por objetivo nos libertar da raiva e sentimentos ligados ao passado, senti os resultados logo ao sair da vivência. Após cada atividade me sentia mais livre, mais vivo. É preciso se libertar das amarras do passado para poder sentir verdadeiramente o presente. É preciso se entregar ao dia de hoje para poder realizar.

Essa segunda vivência me pareceu menos chocante, de menor impacto inicial. Talvez por já ter participado de uma vivência anterior, já conhecendo a equipe, o local e seus métodos, não havia o artifício da surpresa, do desconhecido. Tanto isto é verdade que ficou muito claro para mim a diferença no semblante entre aqueles que participavam pela primeira vez e aqueles que já haviam feito uma vivência anterior. Eles vivenciavam aquilo que eu já passei anteriormente.

Mas ledo engano meu achar que esta vivência teria menos impacto para mim. No dia seguinte me senti como se houvesse um comichão por dentro. Senti uma inquietação, um mal estar, um certo incômodo.

Ao mesmo tempo minha mente parecia se expandir, e uma série de idéias e pensamentos surgiam. Todos relacionados a aspectos da minha vida que eu busco melhorias e reformas. Juro que não sabia se eram novas idéias, idéias revolucionárias ou apenas devaneios de uma mente perturbada por uma tempestade de sentimentos e emoções. No fundo ainda não sei dizer qual a diferença ou se há uma diferença entre estas duas opções.

O fato é que de certa forma perdi um pouco do medo que eu tinha. Medo de arriscar, de tentar, de buscar outras possibilidades, de encarar os desafios. Não que vá jogar tudo para o alto e viver em uma comunidade alternativa (ainda penso nisso), mas me sinto encorajado a propor soluções no emprego, a começar uma atividade esportiva, a dizer o que sinto e penso e principalmente em assumir que sou feliz.

Já se imaginou com medo de ser feliz? Pois acontece. Percebi que o medo da crítica, do que os outros pensam, me impediam ou impedem (ainda não sou outra pessoa mas alguém em evolução) de vivenciar, de curtir a minha felicidade.

Quer um exemplo hipotético? Eu posso ganhar R$2.000,00, conseguir fazer aos poucos tudo que eu quero, não passar por necessidades, batalhar e ralar para conquistar meus objetivos e ainda assim ser feliz. Mas eu posso não me sentir feliz se eu ficar me preocupando com o fato de que a sociedade espera que eu ganhe mais, compre mais, seja mais bem sucedido. O mundo sempre vai querer mais de você. Se você prestar atenção no que eles dizem, pode passar o resto da vida achando-se menos, incapaz, inferior. Mas se eu me sinto feliz assim, se com esse salário eu posso ir ao cinema, passear, viajar, estar com amigos, com a família, comprar um DVD, um livro, por que preciso achar que ainda não posso ser feliz? Porque achar que ainda falta ganhar mais ou ter um cargo melhor para ser feliz?

Entenda que não estou dizendo que não devo continuar a crescer profissionalmente, que não posso desejar ganhar melhor e ter mais recursos. Apenas não preciso mais fingir que estou insatisfeito para me sentir parte da sociedade. Não preciso mais desse modo de vida. Eu sou e quero pertencer a um grupo onde a felicidade está aqui, presente, pelo simples fato de estar.
Esse é apenas um exemplo relacionado a um aspecto da vida. Mas de maneira geral isso se repete na vida amorosa, social, cultural, etc. Passamos a vida em busca do que o outro acha que é uma vida perfeita e deixamos assim de sentir e viver a perfeita vida que nos foi dada de presente. Presente, este momento único, este presente do universo.

Ainda não sei até onde minha mente pode se expandir. Não sei o que posso enxergar de forma diferente daqui a um minuto. Não sei qual percepção posso adquirir daqui a um segundo. Mas há algo que Einstein disse e que hoje posso confirmar: “A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original.”

Jean Michel Torres.

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