terça-feira, 3 de agosto de 2010

O dia em que a Terra parou.

Outro dia estava me lembrando deste filme exibido em 2008. Longe de ser um dos melhores filmes que já assisti, ainda assim um filme cujas mensagens sempre martelam em minha cabeça. Gosto muito de alguns diálogos deste filme e se tratando de um roteiro cujo original é datado de 1951, baseado no conto de Harry Bates, me pergunto como já naquela época os seres humanos, ou alguns deles, se questionam sobre o rumo que daremos ao planeta.

Por que parte de nós consegue entender que não podemos continuar caminhando como cegos e loucos para a beira do precipício e parte de nós nem se questiona a respeito? Por que eu me preocupo com a natureza, a ponto de contribuir financeiramente para ONGs como o Greenpeace, enquanto outros jogam lixo das janelas dos carros, varrem a sujeira das calçadas para as bocas de lobo, despejam entulhos em qualquer lugar e lavam suas garagens, calçadas e veículos com a mangueira aberta?

É tão complicado recolher este lixo da calçada com uma pá? Dói recolher a lata de refrigerante, o papel de bala, o maço de cigarro vazio em uma sacolinha ao invés de jogá-la pela janela do carro? É tão complicado lavar o carro ou o quintal com um balde e usar a mangueira apenas para enxaguar de maneira rápida e econômica?

Me recordo, que no filme em questão, o personagem humano diz para o ser extraterreno algo como: - Mas você não disse que veio nos salvar?? Estava mentindo?? E recebe como resposta: - Eu disse que vim salvar a Terra. E vocês humanos estão destruindo o planeta. Vocês são apenas uma forma de vida dentre as milhões que habitam esta terra. Se eu os deixar viver todas estas formas de vida serão extintas, mas se eu os destruir, salvarei todo o restante!

Por que será que o “ser pensante” continua tão burro e ignorante?? Cegueira? Ganância? Egoísmo?

Mas ao mesmo tempo, existe outro momento no filme que reflete esperança, reflete a minha esperança. Um extraterrestre que viveu na Terra com a finalidade de relatar se o homem se modificaria até aquela data, informa ao seu superior que não, que o homem não percebeu que está destruindo o planeta todo. Mas ao ser direcionado a abandonar o planeta antes do processo de extermino dos humanos ele relata algo mais ou menos assim: - Apesar de tudo que vi, e de não entender o porque do ser humano agir assim, existe algo que não sei explicar, mas que faz do ser humano único. Viver aqui, me fez um apaixonado pelo que chamam de vida humana, e ela se torna maior e melhor quanto mais eu aqui vivo. É uma sensação que não tem explicação, mas que ao final da existência vai criando um sentimento de saudades por tudo que vivi, e desespero por saber que é finita. Eu vivi como um ser humano e quero morrer com eles. Aprendi que em diversas situações os homens só aprendem e tomam alguma atitude quando chegam a beira do precipício. E apegado a esta possibilidade quero ficar até o fim ao lado deles.

Também acredito nesta possibilidade. E apesar de não ter a escolha entre a possibilidade de abandonar o planeta ou não, eu quero acreditar que nós ainda enxergaremos o precipício antes do mergulho final.

Jean Michel Torres.

Um comentário:

  1. Adoreeei o que você escreveu! Tá de parabéns com o blog ! ;) . beeijoss

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