sexta-feira, 1 de abril de 2011

Todo dia é dia de recomeçar?

Todos nós temos algo que queremos fazer ou mudar em nossas vidas. Algumas coisas mais fáceis e outras mais complexas. Iniciar um regime, entrar na academia, parar de fumar, iniciar uma terapia, procurar um emprego melhor, criar coragem para terminar um relacionamento e por aí vai.

Sempre que me proponho a fazer alguma dessas coisas e percebo que não consegui, sinto uma enorme frustração. Sinto aquela sensação de que o problema é maior do eu ou de que eu não sou sequer capaz de levar adiante as minhas resoluções. Nesses dias parece-me que o mundo está contra mim, que Deus me odeia, que nada jamais dará certo entre outros sentimentos.

Mas também é nesse tipo de dia que eu paro para refletir, questionar, entender os porquês. Por que eu não consegui parar de fumar? Por que eu não tive coragem de dizer que o amor acabou?

Na terapia aprendi a olhar o problema por todos os prismas. Se eu não consigo deixar um vício de lado, não pergunto apenas porque eu não consigo fazer isso, mas começo a questionar outras coisas, buscar outras respostas.

Desde quando tenho esse vício? Ele aumenta ou diminui em alguma situação específica? Que sensação ele me causa? O que ele me proporciona além do prazer? O que me leva a sentir essa vontade? O que me prende a isso?

Se jogar cartas aumenta minha vontade de fumar, que tal deixar de jogar cartas por um tempo? Se beber aumenta minha vontade de discutir ou ser agressivo, que tal parar de beber? Se conhecer pessoas na balada me leva a relacionamentos sem futuro, que tal conhecer pessoas de outra forma?

Entendo que essa não é a solução final para esse ou aquele problema. A análise e outras abordagens a fundo podem ser uma solução definitiva. Mas e quando precisamos de uma saída agora? Uma saída de emergência? Será que circundando o problema desta forma e tentando evitar as situações que nos levam a ele não conseguimos nos afastar dele?

E se ao invés de jogar cartas eu começar a ir ao cinema? Se ao invés de beber eu ficar no refrigerante, suco e água? Se ao invés de freqüentar apenas baladas eu buscar outras atividades sociais?

Será que ao mudar de trajeto e não passar mais em frente ao bar no caminho para casa, não diminui a tentação daquele que se entrega ao álcool? Há tantos outros caminhos. Por que não tentar?

O importante é não desistir. Não achar que não se é capaz de mudar isso ou aquilo. É buscar outras saídas, alternativas, outros caminhos. Quem sabe o que os novos caminhos podem oferecer? Naquela rua pode morar a pessoa que um dia você irá esbarrar e será o amor da sua vida. Naquele caminho pode estar uma instituição que você vai começar a ajudar e ocupar o seu tempo. São infinitas as possibilidades as quais não devemos ter medo de tentar.

Não desanime, pois hoje é sim dia de recomeçar!


Jean Michel Torres.

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